Ao longo de muitos anos na área, e lá se vão uns 35, sempre procuramos atuar compartilhando todos os conhecimentos que adquirimos, principalmente para evitar que os outros tenham que aprender como aprendemos, autodidata e “na marra”. Resolvemos iniciar esse blog para adaptar o nosso cenário de disseminação, antes baseado em contato pessoal em conversas presenciais, para uma nova realidade “mais virtualizada”.
Disseminar conhecimento é indispensável para garantir a sobrevivência das empresas. Isso porque apenas com educação e discernimento é possível assegurar boas soluções para os problemas sem que sejam necessários altos investimentos.
Muitos desses conhecimentos não são adquiridos formalmente, mas sim com a vivência — daí a importância de compartilhar as ideias e experiências. Por isso, preparamos os conteúdos que serão postados a seguir para mostrar qual é a necessidade de adotar tal prática e quais são as dificuldades que as empresas enfrentam para conduzir esse processo.
Você também vai notar que a visão que queremos passar aqui é prática e não acadêmica. Esse blog tem a pretensão de atingir a todos, não apenas os técnicos. Por isso, evitaremos o tecniquês normal, dentro do possível.
A necessidade de disseminar conhecimento na empresa
Já parou para pensar naquilo que pode acontecer na empresa quando o conhecimento não é aproveitado? Para tanto, acompanhe uma história extraída da internet e perceba como é possível chegar a conclusões mais econômicas e eficientes, a partir do ponto de vista de várias pessoas.
A história da fábrica de pastas de dente
Uma fábrica de pastas de dente percebeu que, às vezes, entregava caixas vazias, sem o tubo dentro. Isso ocorria pela maneira que a linha de produção foi montada: pessoas com experiência em linhas de montagem sabem como é difícil ter um fluxo eficiente, de modo a alcançar a perfeição no processo produtivo.
A busca por uma solução para o problema
Na linha de produção, pequenas variações no ambiente obrigam você a ter pontos de checagem da qualidade distribuídos ao longo do processo (por conta do custo, não podem ser controladas). Assim, os consumidores não ficam decepcionados com o produto.
Logo, ao compreender a importância disso, o CEO da fábrica de pasta de dente reuniu as pessoas mais importantes da companhia e decidiu iniciar um novo projeto. Assim, contratou uma empresa externa de engenharia para solucionar o problema “das caixas vazias”, já que o departamento interno estava abarrotado de trabalho.
A construção do projeto (quase) perfeito
O projeto começou como sempre e, depois de seis meses (além de $ 8 milhões), tiveram uma solução fantástica. Tecnologicamente perfeita, integrada ao sistema, gerando indicadores, etc.... Além disso, tudo foi realizado dentro do orçamento, com alta qualidade e entregue no prazo. Como resultado, todos ficaram satisfeitos.
O problema foi resolvido com o uso de balanças de alta precisão, com integração via rede ao sistema ERP, coletando e registrando tudo. Logo, uma sirene com luzes era acionada sempre que o sistema detectasse irregularidade e soava sempre que uma caixa de pasta de dente registrava um peso menor do que o definido. Assim, a linha de produção parava e alguém andava até o local, retirava a unidade com defeito e liberava a continuidade do processo.
Momentos depois, o CEO decide ver o ROI do projeto e descobre que os resultados eram incríveis! Nenhuma caixa vazia saiu da fábrica depois que as balanças foram colocadas. Além disso, as reclamações foram reduzidas e estavam ganhando mercado. “Isso sim é um dinheiro bem gasto!” — disse ele, antes de olhar mais de perto outras estatísticas do relatório.
No entanto, ao virar a página do documento, o CEO percebe que o número de defeitos capturados pelas balanças foi ZERO depois de três semanas de uso. “Poxa! Elas deveriam capturar pelo menos uma dúzia por dia. Então, deve ter algum problema com o relatório” — exclamou. Logo, apontou um bug para essa funcionalidade. Verifiquem o sistema, o banco de dados, o fluxo e a integração.
Após algumas análises, os engenheiros informaram que o relatório estava correto. As balanças de fato não estavam mais captando nenhuma caixa vazia: todas elas passaram a chegar aos equipamentos de medição com o tubo dentro.
A simplicidade e a economia da sabedoria
Confuso, o CEO vai à fábrica e chega ao local onde as balanças de precisão foram instaladas. Ele percebe então que, antes dos equipamentos, havia um ventilador de R$ 20 que assoprava as caixas vazias para fora da linha de produção, diretamente para uma lixeira.
“Ah… Esse ventilador? Um dos nossos colocou aí, pois ficava irritado por ter que andar até aqui quando a sirene tocava” — disse um dos trabalhadores. Como você pôde perceber, o item instalado pelo funcionário, que estava acostumado com a rotina do trabalho, solucionaria toda a situação.
Para tanto, bastava aproveitar o conhecimento adquirido pelo colaborador com a vivência na área. Certamente, a balança que os engenheiros projetaram solucionaria o problema, mas seria necessário que alguém retirasse a “tal” caixa vazia, uma vez que toda a produção ficava parada e eram registrados atrasos.
Na nossa história, todo o empenho dos engenheiros não foi utilizado, pois o ventilador (com um custo muito menor) já solucionava a questão. Ele não permitia que as caixas vazias chegassem à balança, ou seja, inutilizava o equipamento.
Essa é uma prova de como disseminar o conhecimento e a comunicação na equipe traz grandes resultados para a organização. E em nossa visão, há investimentos grandiosos em soluções, que muitas vezes estão ao nosso alcance a um custo bem menor.
Você pode desenvolver projetos maravilhosos, academicamente corretos, perfeitos mesmo. Mas se não olhar para todo, de nada lhe servirão.
Somos adeptos da cultura da racionalidade, da TI focada no negocio e não na TI, da TI simples e clara.
Somos adeptos de uma nova TI, para um novo normal.
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